segunda-feira, 8 de outubro de 2007

As notícias de hoje, 08/10, são:

As notícias de hoje, 08/10, são:

Notícias - Financiamento imobiliário:
- Governo permitirá troca de financiamento imobiliário

Notícia - 30 anos:
- Prazo maior para pagar casa própria

Notícias - Construção Civil:
- Governo vai estimular construção civil

- Registro - Estímulo à construção

Notícias - Explosão do crédito imobiliário:
- Bancos adaptam fórmula do varejo

- Boom imobiliário traz oportunidades para investidores

Notícia - Alienação fiduciária:
- Novas garantias para o mercado

Notícia - Bancos:
- Matone volta atenção para o crédito imobiliário

Notícia - FGTS:
- Aplicação do FGTS em ações já rendeu mais de 1.000%

Notícia - Financiamento imobiliário:
Governo permitirá troca de financiamento imobiliário
Mantega diz que adotará medida que libera mutuário para transferir dívida entre bancos. Objetivo é possibilitar busca por juros menores, afirma; outras mudanças incluirão seguro para as obras e cadastro único de imóveis.

O ministro Guido Mantega (Fazenda) anunciou ontem três medidas que pretende adotar para tentar dar novo incentivo ao setor da construção civil. A uma platéia de mais de cem empresários do segmento, o ministro prometeu autorizar a portabilidade do crédito imobiliário, que permite ao mutuário transferir financiamento entre bancos em busca de juros mais baixos. Também citou a intenção de criar seguro para obras e empréstimos, além de cadastro único de imóveis.

Após desonerar diversos ramos da construção nos últimos anos, Mantega anunciou que o governo pretende manter o setor em alta com as novas medidas. Agora, a intenção é aprimorar o mercado, de forma a dar mais segurança às construtoras e aos mutuários e, ao mesmo tempo, permitir redução de custos e burocracia nas transações, disse ele.

A medida que deve ter o maior impacto é a chamada portabilidade do crédito imobiliário. Quando entrar em vigor, o mutuário terá a possibilidade de transferir a dívida entre diferentes bancos durante o pagamento do financiamento. Na avaliação do governo, isso vai incentivar que instituições disputem os clientes com a oferta de taxas de juros mais baixas.

A mudança está em estudo há mais de um ano na Fazenda. O próprio Mantega admite que implementar a novidade não é simples. "É um pouco mais complicado [que outras medidas já tomadas], mas está em estudo", disse aos empresários.
Um dos principais defensores da idéia era Júlio Gomes de Almeida, ex-secretário de Política Econômica da Fazenda. Para ele, a medida aceleraria a queda das taxas de juros nesse tipo de empréstimo. A associação das entidades de crédito imobiliário classificou a medida como "saudável", mas ressaltou a necessidade de regras complementares (leia texto ao lado).

Riscos
A outra medida em estudo tenta reduzir os riscos durante a construção e o financiamento dos imóveis. Segundo o ministro da Fazenda, o governo quer criar seguros para as obras e empréstimos. "Isso reduziria os custos", disse. Atualmente, bancos já oferecem seguros nos financiamentos imobiliários. Mas a adoção da ferramenta é, legalmente, opcional.

Em vigor, a medida evitaria problemas como a da construtora Encol, que faliu nos anos 90 e deixou milhares de mutuários sem imóveis porque as obras não tinham seguro e, para que conseguissem concluí-las, compradores tiveram de assumir os custos.

Por fim, Mantega também citou a intenção de diminuir a burocracia do mercado imobiliário com a adoção de matrícula única para os imóveis. Com esse cadastro, o setor teria um registro nacional, como o Renavam para os automóveis.
Atualmente, as regras para o registro são amplas, e imóveis vizinhos, por exemplo, podem ser cadastrados em cartórios diferentes. O quadro atual dificulta o acompanhamento da situação legal dos imóveis, o que diminui a agilidade do mercado de compra e venda, disse.

A centralização dessa matrícula é um dos pedidos entregues ao ministro pelo Sinduscon-SP (Sindicato da Construção). O documento tem uma lista de dez sugestões ao governo, entre elas a criação de nova modalidade de crédito para habitação de baixa renda, ampliação das garantias nos empréstimos para imóveis populares e estímulo para a regularização de terrenos.

Fonte: Folha de São Paulo (Fernando Nakagawa)


Notícia - 30 anos:
Prazo maior para pagar casa própria
Os bancos privados ampliaram o prazo de financiamento imobiliário para até 30 anos. As novas medidas foram anunciadas depois que a Caixa Econômica Federal passou de 20 para 30 anos o período máximo do empréstimo de todos os seus contratos da casa própria. Como regra geral, até o fim do contrato, o interessado não pode ter mais de 75 anos. O prazo mais longo permite o acesso de um maior número de pessoas ao crédito imobiliário, mas, segundo especialistas, o financiamento por período mais curto traz menos riscos.

O Santander oferece a partir do dia 15 o maior prazo de financiamento imobiliário entre os bancos privados: 30 anos. O banco espera fechar este ano com o dobro do crédito liberado em 2006. Em 2006, o Santander concedeu R$ 1,5 bilhão em crédito, mesmo volume liberado apenas no primeiro semestre deste ano. O mercado imobiliário é uma das tacadas do banco para crescer no país.

O Bradesco ampliou o prazo de financiamento de 20 para 25 anos, com a meta de chegar a R$ 3bilhões em crédito imobiliário este ano. No primeiro trimestre, o Bradesco teve R$ 669 milhões contratados na carteira de crédito para a habitação. O Itaú estava operando desde o início deste ano com o prazo de 25 anos, informalmente. Mas a linha foi lançada oficialmente neste semestre.

O interessado deve observar bem as condições de pagamento antes de fechar o contrato. "Em prazo mais longo, a chance de se endividar é maior, pois mais juros vão ser pagos", afirma Maria Inês Dolci, coordenadora institucional da Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (Pro Teste). Para ela, o valor menor da mensalidade é um atrativo para o consumidor conseguir fazer o financiamento. "Mas o ideal é que seja feita uma poupança e financiado o mínimo possível", observa Maria Inês.

Ariano Cavalcanti de Paula, presidente do Sindicato do Mercado Imobiliário e dos Condomínios de Minas Gerais e da Câmara do Mercado Imobiliário de Minas Gerais, lembra que a tendência é de que a taxa de juros recuem. Os prazos mais longos, segundo ele, permitem acesso maior ao imóvel para quem não tem renda.

Estímulo - Enquanto o os bancos ampliam os prazos dos empréstimos habitacionais, o governo federal promete estudar novas medidas para estimular o setor da construção civil. Foi o que afirmou, ontem, o ministro da Fazenda, Guido Mantega. Ele espera, com isso, elevar o crédito disponível para o setor imobiliário. A primeira é a portabilidade do crédito imobiliário. Um trabalhador com financiamento em um banco poderia transferir seu crédito para outra instituição financeira caso essa ofereça melhores condições. Outra ação em estudo é criar um seguro para a construção civil e o financiamento imobiliário com o objetivo de reduzir o custo dos financiamentos. A última medida é fazer a concentração da matrícula do imóvel. Hoje, quando se vende um imóvel, é preciso verificar em todos os cartórios se há alguma pendência.

Fonte: Diário de Pernambuco


Notícias - Construção Civil:
Governo vai estimular construção civil
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse ontem que o governo estuda uma série de medidas para estimular o setor da construção civil. Ele espera, com isso, elevar o crédito disponível para o setor imobiliário. "Nós temos as condições e o governo está disposto a tomar as medidas necessárias."

Em exposição no 79º Encontro Nacional da Indústria da Construção, o ministro citou três medidas em estudo pelo Ministério da Fazenda. A primeira é a portabilidade do crédito imobiliário. Um trabalhador com financiamento em um banco poderia transferir seu crédito para outra instituição financeira caso essa ofereça melhores condições. No entanto, Mantega afirmou que esse a concretização dessa medida é complexa.

Outra ação em estudo é criar um seguro para a construção civil e o financiamento imobiliário com o objetivo de reduzir o custo dos financiamentos. A última medida é fazer a concentração da matrícula do imóvel. Hoje, quando se vende um imóvel, é preciso verificar em todos os cartórios se há alguma pendência. O sistema é apelidado no setor de "Renavel", uma analogia ao Registro Nacional de Veículos Automotores (Renavan).

Para o ministro, há hoje condições de elevar o crédito destinado ao financiamento imobiliário. No Brasil, ele é de 1,5% do Produto Interno Bruto (PIB). No México, por exemplo, chega a 10%.

Mantega repetiu ainda que para a continuidade da expansão da economia é necessária a efetivação de algumas propostas do governo: reforma tributária, prorrogação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), desoneração da folha de pagamentos, controle do aumento dos gastos correntes e os investimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) na infra-estrutura. "O Brasil em 2008 vai se transformar em um grande canteiro de obras", afirmou ele, assim como já havia prometido a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff.

O presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil de São Paulo (Sinduscon-SP), João Claudio Robusti, entregou ao ministro um documento com as dez medidas que seriam necessárias, segundo a entidade, para estimular o setor da construção civil no Brasil: novas modalidades para o trabalhador que tem cotas no Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), estímulo ao mercado secundário e garantias para os financiamentos dados à baixa renda.

Das medidas em estudo pelo governo federal, a concentração da matrícula do imóvel também é defendida pelo Sinduscom-SP.

Fonte: Valor Econômico


Registro - Estímulo à construção
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou ontem, em Brasília, durante palestra para empresários do setor de construção, que o governo federal estuda três medidas para impulsionar as vendas de imóveis: a redução do seguro para construção e financiamentos, o que diminuiria os custos do setor; redução da portabilidade do crédito imobiliário; e o fim da matrícula do imóvel, o que, segundo ele, diminuiria a burocracia. No momento em que anunciou as medidas em estudo pelo governo, o ministro arrancou aplausos da platéia até então sonolenta diante de uma aula sobre os rumos e a solidez da economia brasileira. Na palestra, Mantega garantiu que o Brasil entrou em uma trajetória de crescimento sustentável. E reforçou que o País está blindado contra crises financeiras internacionais e volatilidade cambial.

Fonte: Gazeta Mercantil


Notícia - Explosão do crédito imobiliário:
Bancos adaptam fórmula do varejo
A explosão do crédito imobiliário nos últimos três anos já começa a ter efeito nas estruturas do mercado. Com a abertura de capital das construtoras, a necessidade de recursos dessas empresas elevou fortemente a demanda por empréstimos nos bancos. Para ampliar mercado, os bancos começam a reforçar as parcerias como forma de garantir clientes.

Esse modelo de união dos bancos com as empresas do setor imobiliário se aproxima cada vez mais da estrutura adotada no varejo, diz o diretor-executivo do Banco Real, Felix Cardamone, em que os acordos permitem exclusividade na concessão de crédito para os clientes.

As construtoras precisam dos bancos para financiar as obras e os bancos ganham com o financiamento tanto da construção quanto dos imóveis para clientes que ficarão fidelizados por cerca de quinze anos, explica Cardamone. "O crédito também ajuda na venda dos imóveis", diz.

Hoje todos os grandes bancos operam usando essa fórmula. O HSBC, que há dez anos estruturou uma área para financiar apenas os empreendimentos, já iniciou operação com pessoas físicas e conta hoje com mais de 40 acordos. "Temos um vínculo muito forte com as construtoras", comemora o diretor do HSBC, Roberto Sampaio, citando a Cyrela, a Gafisa, a Rossi, a Tecnisa e a Tenda, entre outras.

Ele ressalta, no entanto, que o modelo de parcerias é o ideal para atuar nesse segmento, mas com acordos fechados por empreendimento. Ele explica que o mercado de financiamento imobiliário ainda está no início e os bancos não dispõem de produtos chamados de prateleira, ou seja, com estruturas fechadas tal como o crédito para veículo.

Além disso, os acordos ajudam os bancos a melhorar o atendimento ao cliente na hora de conceder os empréstimos. Isso porque as agências hoje não estão ainda totalmente preparadas para liberar este tipo de financiamento, um dos mais complexos.

Por isso, existe a necessidade de adequar as operações às peculiaridades da obra, como faixa de renda e prazo de financiamento. "Clientes de classe mais altas não querem empréstimos longos, então produtos de mais de 15 anos não agregam muito, por exemplo", explica Sampaio.

O superintendente do Santander, Mauro Costa, enfatiza que essas parcerias visam sempre a pessoa física. "As construtoras têm percebido que o papel de financiar é dos bancos".

O Unibanco também mantém parcerias com construtoras. Em alguns casos, o banco financia até 95% do valor do imóvel. Outro exemplo é o acordo com imobiliárias, como a Rodobens Negócios Imobiliários, desde 2004.

Apesar desse movimento, estima-se que cerca de 50% dos financiamentos das pessoas físicas ainda seja feitos pelas próprias construtoras e incorporadoras. O saldo de empréstimos concedidos pelos bancos superou os R$ 40 bilhões em agosto, segundo dados do Banco Central.

Segundo o diretor da construtora e incorporadora de imóveis Company, Luiz Rogélio, a explosão do setor só ocorreu por conta do acesso ao capital. "O crédito possibilitou que empresas médias mudassem de patamar", diz.

Segundo ele, um forte indicador desse avanço é o aumento do chamado VGV (valor geral de venda), que é o volume esperado de vendas com os lançamento previstos para o ano. Na Company, o VGV, em 2004, era de R$ 92 milhões. Neste ano, depois do IPO, pulou para R$ 1 bilhão.

O diretor do HSBC diz ainda que essa nova estrutura das empresas do setor exige um ciclo econômico menor. "As empresas fizeram IPO baseados numa expectativa de crescimento muito alta", afirma. Hoje existem 17 empresas com ações na bolsa e investidores (principalmente os estrangeiros) não vêem com bons olhos um ciclo de recebimento de quase cinco anos.

Fonte: Valor Econômico


Boom imobiliário traz oportunidades para investidores
O forte crescimento dos últimos meses, impulsionado pela queda nos juros – que também reduziu a atratividade da renda fixa –, renovou as oportunidades de investimentos em imóveis, tanto para as empresas quanto para os pequenos investidores. As construtoras não perderam tempo. Com o objetivo de captar recursos para novos empreendimentos, 12 companhias foram à Bolsa em 2007 e realizaram suas ofertas públicas iniciais (IPOs, em inglês). As operações renderam mais de 7 bilhões de reais às empresas e garantiram aos investidores retornos de até 80%.

Além de faturar com as ações ofertadas, os investidores podem aproveitar o aquecimento do mercado imobiliário para investir diretamente na compra e venda de imóveis. Algumas cidades do interior paulista, segundo estudos de consultorias e das próprias construtoras, apresentam grande potencial de crescimento - e podem ser boas opções no longo prazo.

A Tecnisa, por exemplo, aposta no sucesso de empreendimentos em São José dos Campos, Jundiaí, Sorocaba, Suzano e Mogi das Cruzes. "Cidades com crescimentos demográfico e de renda, aliados à baixa oferta de imóveis tendem a ter ótimas chances de valorização imobiliária", diz o diretor comercial da construtora, Douglas Duarte.

Campinas, Ribeirão Preto, Rio Preto, São Carlos, Sumaré, Itú e Bauru também são apontadas como cidades detentoras de um promissor mercado imobiliário. De acordo com o diretor de Expansão da Rossi Residencial, Fernando Nascimento, nesses municípios praticamente não houve investimentos destinados às classes média e média baixa nos últimos anos. "Há uma enorme demanda reprimida", afirma.

Mas, como em todo investimento, é preciso ter cautela na hora de aplicar os recursos. "É importante que o investidor não fique buscando a cidade da moda para investir. Imóvel é aplicação para anos e quem entrar no calor do momento vai acabar perdendo dinheiro", afirma Luiz Jurandir, gerente de investimentos da consultoria Mercer.

Lotes em locais muito afastados de centros urbanos e casas em regiões de veraneio, por exemplo, são apontados como grandes micos pelos especialistas. "As pessoas vêem aquelas propagandas na TV e acreditam que estão fazendo um ótimo negócio. Imóveis assim não servem para investimento. São apenas para uso pessoal", diz Jurandir.

Investir em imóveis significa aplicar os recursos com intenção de retorno futuro, seja por meio de aluguel ou na venda do bem. Por isso, bairros com muita oferta de imóveis devem ser evitados.

Ao buscar o imóvel, o investidor deve preferir regiões que possuam boa infra-estrutura – com escolas, hospitais, comércio, transporte –, e próximas a indústrias já instaladas ou em processo de implementação. Regiões nas quais já existam projetos de desenvolvimento para serem implementados também são indicadas como boas alternativas. "É possível buscar em jornais regionais e na prefeitura das cidades informações sobre os planos de desenvolvimento para a região. Para avaliar a evolução dos preços e o tempo médio para venda, basta acompanhar o histórico dos últimos negócios realizados", diz Jurandir.

Quem optar por comprar o imóvel ainda na planta assumirá um risco extra, mas também terá maior chance de retorno. De acordo com a Tecnisa, os imóveis comprados na planta apresentam valorização média de 20% até a data de entrega das chaves.

Já quem pensa em comprar um terreno contando com o interesse da construtora pelo local deve ter cuidado. Além de correr o risco de a empresa não realizar uma oferta, o investidor terá de arcar com tributos e os custos de registro, de oportunidade (já que deixará de investir em outro negócio para comprar o terreno) e de vigilância (para evitar uma ocupação indesejada).

Fonte: Revista Exame


Notícia - Alienação fiduciária:
Novas garantias para o mercado
Até pouco tempo, o mercado imobiliário tinha como principal forma de garantia das operações a hipoteca, considerada forma segura principalmente devido a sua natureza real, gravando o imóvel com o registro na respectiva matrícula e sendo oponível a qualquer terceiro. Com o passar do tempo, tal garantia perdeu muito de sua força e credibilidade, principalmente porque a execução judicial da garantia tornou-se extremamente lenta. De fato, após anos de disputa judicial, o imóvel dado em garantia é levado à praça para arrematação, sujeita a todos os embargos cabíveis; no final, o arrematante ou adjudicante ainda precisa, muitas vezes, enfrentar longo processo de reintegração de posse.

Com a Lei 9.514/97 veio a alienação fiduciária de bem imóvel em garantia, que nos primeiros anos foi muito estudada e pouco praticada, principalmente em virtude do receito dos agentes de mercado de que os tribunais considerassem as normas relativas ao leilão extrajudicial e à reintegração de posse com liminar, previstas em tal lei, como contrárias aos direitos dos consumidores. Aos poucos, tal instituto foi ficando mais conhecido do mercado e, por outro lado, a jurisprudência consolidou o entendimento de sua plena legalidade. Como conseqüência, a alienação fiduciária é hoje amplamente adotada nas negociações imobiliárias, constituindo-se mecanismo seguro de concessão de crédito, o que muito contribuiu para o desenvolvimento econômico do setor.

Entretanto, como resultado da transformação e aprimoramento legislativos pelos quais tem passado o direito imobiliário, foram expressamente admitidas por lei, além da alienação fiduciária, outras formas de garantia, como a cessão fiduciária e a caução de direitos creditórios decorrentes de contratos de alienação de imóveis e a caução de direitos aquisitivos de contratos de venda ou promessa de venda de imóveis. Tais garantias encontram-se tratadas nos artigos 17 a 21 da Lei 9.514/1997 e artigos 50 e 51 da Lei 10.031/04.

A cessão fiduciária e a caução de direitos creditórios são instrumentos conhecidos e praticados no setor financeiro e de securitização, mas pouco utilizados fora desses segmentos. A caução de direitos aquisitivos de imóveis, por sua vez, é operação praticamente desconhecida, mas que assim como as demais, pode servir como ferramenta na estruturação de operações imobiliárias, quando outras garantias não se encaixem ao caso ou não estejam disponíveis.

Por meio desta modalidade, o garantidor cauciona em favor do titular do crédito, os direitos decorrentes de sua condição de promissário comprador de um ou mais imóveis, servindo tais direitos aquisitivos de garantia da dívida. Na hipótese de eventual mora no pagamento do preço de aquisição do bem, pode o credor, inclusive, quitar as parcelas em aberto, incluindo-as, com os respectivos encargos, no valor da dívida, sem prejuízo de promover sua execução.

É importante ressaltar que a lei admite a caução de direitos aquisitivos de imóveis prontos ou em construção e o garantidor pode ser qualquer pessoa titular do direito, não necessariamente uma das partes no negócio em questão. Além disso, tal modalidade de garantia também pode, agora, ser averbada na matrícula do imóvel, dando ao credor a segurança necessária, típica das garantias reais.

Fonte: Gazeta Mercantil (Rodrigo Cury Bicalho)


Notícias - Concorrência:
Matone volta atenção para o crédito imobiliário
Sérgio Bueno - VALOR ECONÔMICO
Focado até agora na concessão de empréstimos consignados para servidores públicos federais, estaduais e municipais, além de aposentados e pensionistas do INSS, o Banco Matone está ingressando no segmento de crédito imobiliário.
A instituição abre hoje a primeira loja especializada nessa modalidade com a bandeira "Plano A" em Porto Alegre. Os planos da instituição são de chegar ao fim do ano com dez pontos de venda, sendo oito nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro (quatro em cada uma).
O Banco Matone financiará a compra e a construção de imóveis residenciais e comerciais para pessoas físicas e jurídicas e, conforme o vice-presidente Ricardo Russowsky, a previsão é formar uma carteira de R$ 1,5 bilhão em crédito imobiliário em dois anos.
No mesmo período, os empréstimos consignados também deverão crescer dos atuais R$ 1,3 bilhão (sendo 80% em operações cedidas) para R$ 1,5 bilhão." Os financiamentos imobiliários serão o ativo com maior desenvolvimento do sistema bancário brasileiro daqui para a frente", acredita o executivo.
O banco vem trabalhando há seis meses para ingressar no novo nicho e neste período criou duas subsidiárias. Uma delas é a Plano A e outra é a Matone Securitizadora, que opera desde maio e será focada na compra e distribuição de recebíveis próprios e de terceiros, principalmente construtoras e incorporadoras. Os acionistas da instituição também fizeram um aporte de capital de R$ 100 milhões neste ano, elevando o patrimônio líquido para R$ 170 milhões.
Segundo Russowsky, o "funding" para as operações no novo segmento será constituído, além do capital próprio, com a colocação de Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI) em parceria com grandes bancos, principalmente o UBS Pactual e o ABN AMRO, duas instituições que já estruturam Fundos de Investimentos em Direitos Creditórios (FIDC) em cima dos empréstimos consignados do Matone.
O diretor de marketing da instituição, Carlos Alberto Carvalho Filho, estima que o valor médio dos financiamentos imobiliários ficará na faixa de R$ 150 mil, com prazo de até 30 anos para pagamento, juros "competitivos" e sem a necessidade de contrapartidas dos clientes, como seguros e abertura de conta corrente. O limite dos créditos, equivalente a 80% do valor do imóvel, poderá ser ampliado mediante a apresentação de uma segunda garantia, sempre em regime de alienação fiduciária.
Em 2008 o banco pretende abrir mais 20 lojas da Plano A nas regiões Sul e Sudeste, basicamente nas capitais e no interior de São Paulo, e em Salvador, com investimentos médios estimados em R$ 180 mil por unidade.
No fim de 2004 a instituição chegou a ter 50 pontos da financeira "CrediMatone", que operava com empréstimos garantidos por cheques pré-datados mas foi vendida naquele ano para o HSBC. Hoje, para comercializar os empréstimos consignados, a instituição conta com uma rede formada por cerca de 500 correspondentes bancários.
Nos últimos meses, dois executivos do banco visitaram instituições especializadas na Espanha, em Portugal e também no México. "A península ibérica tem o melhor e mais rápido crédito imobiliário do mundo", disse Russowsky.
De acordo com ele, o Matone pretende se diferenciar no mercado com operações ágeis e descomplicadas. A intenção é aprovar os financiamentos em 24 horas, com liberação em no máximo 20 dias, desde que a documentação esteja em ordem.
Para acelerar o processo, os funcionários da Plano A também darão apoio aos clientes na obtenção dos documentos, explicou Russowsky. "Queremos ser os melhores do segmento", afirmou o vice-presidente. Com a nova operação, o número de empregados do banco gaúcho deverá passar dos 150 atuais para cerca de 250 até o fim de 2008.


Notícia - FGTS:
Aplicação do FGTS em ações já rendeu mais de 1.000%
O recorde de valorização alcançado pela Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) nesta semana também se refletiu no bolso dos trabalhadores que aplicaram parte do seu Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) em fundos de ações.

O melhor desses investimentos foi a aplicação nos fundos com ações da Companhia Vale do Rio Doce, um dos papéis que mais influenciam a alta da bolsa.

Segundo dados da Associação Nacional dos Bancos de Investimento (Anbid) e da Caixa Econômica Federal, os fundos Vale do Rio Doce acumulam uma rentabilidade de cerca de 1.300% desde o seu lançamento, em março de 2002. Isso significa que quem investiu o valor mínimo de R$ 300 na época tem hoje R$ 4.200.

O valor é bem superior a uma aplicação em renda fixa, por exemplo, que acumulou nesse período uma valorização de 145% (juros pagos pelos títulos do governo indexados à taxa básica de juros), ou ao rendimento do FGTS normal, que foi de cerca de 40%.

No caso dos fundos Petrobras, a rentabilidade acumulada desde agosto de 2000 (data de lançamento da aplicação) foi de cerca de 900%, contra 216% da renda fixa e cerca de 50% no FGTS tradicional.

Saques

Os números da Anbid mostram que muitas pessoas aproveitaram a alta das ações nos últimos anos para tirar os recursos depositados nesses fundos. Somente nos últimos 12 meses, os saques somaram mais de R$ 1 bilhão, o que corresponde a cerca de 8% do patrimônio atual desses fundos.

Parte desse dinheiro foi sacado ou utilizado na compra da casa própria, dentro das regras do FGTS. Outro percentual, no entanto, simplesmente retornou para as contas individuais de cada trabalhador.

Segundo a Caixa, quem ainda possui dinheiro nesses fundos pode resgatar a aplicação a qualquer momento para que os recursos voltem ao fundo FGTS original, administrado pela Caixa. Mas não é possível sacar o dinheiro, exceto nos casos previstos nas regras do FGTS (como demissão sem justa causa ou aposentadoria).

Para o analista-chefe da corretora Planner, Ricardo Tadeu Martins, as pessoas que ainda estão com dinheiro nesses fundos devem mantê-lo aplicado, pois a perspectiva para as duas empresas é muito boa.

“É mais vantajoso deixar o dinheiro em Vale ou Petrobras do que voltar para o fundo com o rendimento de pouco mais de 3% ao ano”, diz Martins.

Hoje, não é mais possível utilizar o dinheiro do FGTS para fazer esse tipo de aplicação. Mas quem quiser investir nas ações das duas companhias com recursos próprios pode entrar em um fundo de ações Vale ou Petrobras (sem FGTS) ou comprar as ações diretamente na bolsa. As duas opções de aplicação estão disponíveis em vários bancos e corretoras.

Rendimento do FGTS

Ademir Figueiredo, coordenador de estudos e desenvolvimento do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos (Dieese), diz que o resultado foi "muito bom" para os trabalhadores devido à qualidade das duas empresas.

Ele ressalva, no entanto, que uma possível mudança na política de remuneração para o fundo não deveria ficar restrita somente a novas oportunidades de investimento em renda variável.

“O rendimento do FGTS é muito baixo frente a outros investimentos e precisa ser rediscutido. Mas é preciso ter muito cuidado ao se abrir possibilidades para investimentos de risco”, diz Figueiredo.

Ele lembra que o dinheiro do FGTS também é utilizado a favor do trabalhador de outras maneiras, como no financiamento de casa própria das pessoas de baixa renda e em obras de saneamento básico.

Fonte: G1 Globo online (Eduardo Cucolo)

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