terça-feira, 11 de março de 2008

As notícias de hoje, 11/03, são:

As notícias de hoje, 11/03, são:

- Mercado Imobiliário;

- Brasil Brokers compra mais duas imobilárias;

- Mercado eleva projeção de inflação em 2008 e mantém em 2009;

- Consórcio de imóveis bate recorde em 2007;

- 5 vagas por hora;

- O difícil futuro do PAC;

- Flexibilidade "maquia" falta de espaço, diz pesquisador da USP.

Mercado Imobiliário
Bonificação - A Construtora Tenda, que acaba de chegar ao mercado pernambucano, está premiando os clientes de suas 36 unidade distribuídas pelo país. A Promoção "Comprou, ganhou sala montada" está limitada à compra de apartamento até o próximo domingo. Em Pernambuco, a construtura está negociando imóveis com preços à vista a partir de R$ 53 mil ou financiados com prestações fixas a partir de R$ 240. O prêmio é concedido sem sorteio, bastando para isso que o cliente assine o contrato de compra até domingo (9), com entrada mínima de R$ 3 mil. O mobiliário é composto de conjunto de estofado de 2 e 3 lugares, mesa de centro e rack. Os móveis serão montados no imóveis na época da entrega das chaves segundo o cronograma dos empreendimentos.

Dicas
A Átrio Multi-Consultoria Imobiliária está oferecendo um novo produto aos seus clientes. Encontra-se disponível no site da empresa (www.atrionet.com.br) uma série de informações que buscam responder às perguntas mais freqüentes no que se refere às questões imobiliárias.A seção foi atualizada com novas orientações no tocante aos aspectos legais que envolvem a negociação de casas e apartamento, com linguagem simples e didática. Entre as dúvidas mais freqüentes disponíveis on line estão como proceder no caso de aquisição de imóveis com débitos condominiais e quais os cuidados especiais na compra de imóveis localizados em terreno de marinha.

Pesquisa
A 34ª Sondagem da Construção, realizada pelo Sindicato da Indústria da Construção de São Paulo e da Fundação Getúlio Vargas (FGV Projetos) aponta para um crescimento de 21,2% no volume de negócios imobiliários no país ao longo de 2008. Os empresários consultados também demonstraram confiar no potencial construtivo do país, mesmo com a crise imobiliária vivida pelos Estados Unidos. Dos entrevistados, 29,5% afirmaram que o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro deve registrar uma expansão de 29,5% este ano, o que contribuirá para o aumento do faturamento do setor. Os resultados do estudo refletem os números positivos da indústriada construção e da economia nos últimos anos e está relacionado ao aumento da liberação do crédito imobiliário no país.

Fonte: Diário de Pernambuco

Brasil Brokers compra mais duas imobilárias
A Brasil Brokers, união de empresas de corretagem imobiliária que abriu o capital em setembro do ano passado, anunciou mais duas aquisições. Desta vez, em Brasília. Por um valor estimado em R$ 45 milhões, acrescentou a JGM Consultoria Imobiliária, com atuação também em Goiânia, e a Marcos Koenigkan Imóveis. Para Júlio Piña, vice-presidente de operações da Brasil Brokers, o modelo ideal para aquisições é negociar parte em dinheiro e parte em ações.

Fonte: Jornal do Brasil

Mercado eleva projeção de inflação em 2008 e mantém em 2009
O mercado elevou levemente sua previsão para a inflação brasileira neste ano e manteve para o próximo, segundo relatório Focus divulgado nesta segunda-feira pelo Banco Central.

O prognóstico para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2008 passou de 4,41 por cento na semana passada para 4,42 por cento agora. Para 2009, a estimativa foi mantida em 4,30 por cento.

A estimativa do mercado para a Selic no final deste ano ficou estável em 11,25 por cento. Para o final de 2009 também foi mantida a previsão de 10,50 por cento.

O relatório manteve ainda a estimativa para o crescimento econômico neste ano, em 4,5 por cento. A projeção para a expansão em 2009 é de 4,00 por cento, apresentando uma pequena queda em relação à previsão anterior de 4,03 por cento.

O prognóstico para o dólar no final deste ano passou de 1,79 real para 1,78 real e para o fim de 2009 ficou em 1,85 real, ante 1,87 real há uma semana.

Fonte: O Globo (Cláudia Pires)

Consórcio de imóveis bate recorde em 2007
No ano passado, 50,8 mil consorciados foram contemplados no país com uma carta de crédito para comprar um imóvel, novo ou usado, um terreno, ou ainda para construir sua casa. O crescimento é de 17,6% sobre os 43,2 mil contemplados em 2006, informa a Associação Brasileira das Administradoras de Consórcios (Abac).

Já o número de pessoas que aderiram a esse sistema registrou variação de 1,6% — em 2007, foram pouco mais de 214 mil, ante os 210,9 mil de 2006.

Mas, com um recorde de 470 mil participantes ativos, registrados em dezembro último, o consórcio contabiliza uma parcela significativa de todas as modalidades de compra de imóvel parcelada registradas no Banco Central (BC): em 1998, a fatia era de 14%, em 2007, dez anos depois, foi de 21%.

— Foram entregues R$ 3,6 bilhões para a compra de imóveis via consórcio no ano passado — afirma o presidente da Abac, Rodolfo Montosa.

Cresce a figura do investidor entre os novos consorciados

Montosa explica que o perfil do consorciado não é mais só o comprador da casa própria.Cresce a figura do investidor, que não tem pressa para adquirir o imóvel. No consórcio, não há juros e as prestações são mais baixas do que em um financiamento tradicional.

— Há, hoje, cerca de 335 mil consorciados que ainda não foram contemplados — observa Montosa, acrescentando que a projeção para crescimento do número de participantes este ano é de 15%. %02

Fonte: O Globo

5 vagas por hora
Quando o paulistano Alexandre Mangabeira entrou na Escola Politécnica da USP, em 1999, decidido a cursar engenharia civil, o mercado da construção em São Paulo estava tão estático quanto concreto. Sem exagero. Naquela época, há apenas nove anos, oitenta dos 180 estudantes que iniciavam o curso chegavam à formatura e só dois (isso mesmo, dois) deixavam a faculdade já empregados. "Os outros demoravam em média seis meses para conseguir uma vaga na área", conta o vice-diretor da Poli, José Roberto Cardoso. Apesar das perspectivas que tinha pela frente, Mangabeira estava decidido a sujar a barra da calça em canteiros de obra. Valeu a pena.
Um ano depois de efetivado na construtora Tecnisa (com salário de 3 500 reais), o mercado começou a dar sinais de recuperação. Em 2005, o crédito disponível para financiamento de imóveis aumentou 60%. No ano seguinte, grandes construtoras da cidade abriram capital na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) e desde então atraíram investimentos de 16 bilhões de reais. Essa montanha de dinheiro impulsionou a carreira de Mangabeira, a de seus colegas de Poli – hoje 100% dos 120 alunos que se formam ali saem empregados – e a de boa parte dos profissionais ligados à construção civil, desde pedreiros até corretores de imóveis.

Promovido a supervisor de incorporação, Mangabeira viu seu rendimento quintuplicar. Aos 28 anos, ganha em média 17 500 reais por mês. Há um ano no cargo, ele passa o dia atrás de terrenos com potencial para abrigar grandes empreendimentos e, a cada negócio fechado, recebe um bônus que varia de 20.000 a 50.000 reais. "Mesmo com pouca experiência na área, a empresa apostou em mim", diz ele, que fez pós-graduação na Fundação Getulio Vargas (FGV) e jura ter recebido pelo menos dez propostas para mudar de empresa desde que assumiu o novo posto.

Numa cidade em que há um novo empreendimento imobiliário por dia, a ascensão meteórica de Mangabeira deixou de ser um caso isolado. Em 2007, em toda a região metropolitana, houve 550 lançamentos, num total de 988 prédios e 59.400 apartamentos. "Essa expansão virou o mercado de ponta-cabeça", afirma Fábio Pereira, diretor da consultoria em RH Michael Page. "Os salários estão inflacionados, as promoções foram aceleradas e o assédio de empresas concorrentes em relação aos profissionais empregados é enorme." Nunca se precisou tanto de pedreiros, mestres-de-obras, engenheiros, arquitetos, projetistas e maquetistas.
No ano passado, a demanda por essas profissões abriu 44.900 vagas em São Paulo, 23% mais que em 2006, segundo dados do Sinduscon, o sindicato da construção. É como se surgissem cinco ofertas de emprego a cada hora. Levantamento de Veja São Paulo com dez grandes construtoras e incorporadoras da cidade mostra que elas inflaram seus quadros em 140% nos últimos três anos. O salto é impressionante: de 3 992 funcionários para 9 660.

Diante da escassez, as empresas estão aumentando os salários. De acordo com pesquisas das consultorias em recursos humanos Michael Page e Manager, a remuneração dos profissionais ligados à construção civil subiu 33%. Nenhuma outra carreira registrou algo semelhante. Os chamados engenheiros de obra plenos, profissionais com três a cinco anos de experiência, passaram a ganhar, em média, 6 250 reais mensais, 64% a mais do que há três anos. Isso vale, da mesma forma, para as funções que não exigem ensino superior. Depois de recusar oito propostas de emprego, o mestre-de-obras Ubirazildo Carvalho, que tem a 7ª série e vários treinamentos no currículo, passou a receber 3 500 reais por mês.

Com o boom imobiliário, começaram a ser contratados estagiários, recrutados aposentados e aproveitados ao máximo os talentos internos. Foi o que fez a Gafisa ao promover o ex-estagiário Vinicius Faraj, de 23 anos, a coordenador de obras, função geralmente ocupada por profissionais com alguns fios de cabelo brancos. "Tentamos aproveitar 90% dos nossos 250 estudantes", diz Rodrigo Pádua, diretor de gente e gestão da Gafisa. Promoções e movimentações dentro de construtoras tornaram-se cada vez mais comuns. Inclusive em altos cargos. Com três pós-graduações e 35 anos de idade, o engenheiro civil Silvio Gava passou de gerente-geral de obras a diretor técnico da Even em apenas um ano. Hoje divide o comando da empresa com mais quatro diretores, a maioria com mais de 45 anos.

Além de recrutarem gente qualificada, os gerentes de RH tiveram de desenvolver estratégias para não deixar escapar suas estrelas. Para segurá-las, a solução foi aumentar a oferta e a qualidade dos benefícios. A Rossi, por exemplo, além de pagar assistência médica a todos os funcionários, aumentou o valor do vale-refeição e a ajuda de custo, que pode chegar a 50%, para os que fazem MBA e outros cursos. Bônus e programas de remuneração variável de acordo com as metas atingidas se tornaram comuns desde o ano passado. Na Tecnisa, os salários, tanto do office-boy como do presidente, podem aumentar até doze vezes quando os resultados e faturamentos determinados pelos acionistas são atingidos.
A abertura de capital da maioria das construtoras e incorporadoras criou uma outra forma de reter talentos no setor: a oferta de stock options. Trata-se de um plano que permite aos funcionários ter acesso às ações da empresa por um preço predeterminado e em geral mais baixo que sua cotação no mercado. Na maioria das vezes, os papéis só podem ser vendidos depois de três anos. Tudo para prender o profissional, já que a valorização das ações depende dos resultados alcançados. "Como os ganhos da companhia são compartilhados, há maior comprometimento com o trabalho", explica Paulo Mota, diretor de RH da Cyrela, que estendeu o programa a todos os níveis funcionais.

Na esteira das construtoras e incorporadoras, outros profissionais ligados à cadeia da construção, como arquitetos, maquetistas, corretores e promotores de eventos, aproveitam a boa maré. Os principais escritórios de arquitetura da cidade estão com as pranchetas lotadas. Com 900 empreendimentos no portfólio, boa parte deles neoclássica, o arquiteto paulistano Itamar Berezin viu o número de projetos encomendados, e em conseqüência o faturamento, crescer 30% desde 2006. "O quadro de funcionários mais que dobrou e os custos, é claro, aumentaram 30%", diz ele. Mais despesas e prazos mais curtos de entrega dos trabalhos inflacionaram, na mesma proporção, o preço dos projetos, que pode chegar a 250 000 reais.
Um dos ícones do mercado de luxo, o escritório da arquiteta Patricia Anastassiadis, especializado em planejamento e decoração de interiores, é disputadíssimo pelas construtoras. Em três anos, os projetos de arranha-céus residenciais cresceram 200%. "Muitas vezes somos obrigados a recusar trabalhos para conseguir manter a qualidade", afirma. Adhemir Fogassa, o mais requisitado maquetista de São Paulo, está na mesma situação. "Só consigo atender 60% dos clientes que me procuram", diz ele, que aumentou seu ateliê no Jardim Bonfiglioli em 1 000 metros quadrados e dá expediente no escritório todos os fins de semana.

No ano passado, os 31 000 corretores de imóveis da capital tiveram motivos de sobra para estourar champanhe nos estandes de vendas. As 59 400 unidades lançadas alcançaram um montante de 17,1 bilhões de reais. Considerando que as comissões podem chegar a 3% sobre o valor da venda, eles estão rindo à toa. "Atraídos por esse potencial, arquitetos, advogados e mesmo profissionais com doutorado resolveram vender imóveis", explica Roberta Bicalho, superintendente de RH da Lopes, que contrata hoje 300 pessoas por mês, seis vezes mais que em 2007. Resultado: a procura pelo Creci, a habilitação concedida pelo Conselho Regional, cresceu 16% nos últimos três anos.
O advogado Calixto Antonio Neto, de 26 anos, tirou seu registro há pouco mais de um ano e já é líder de vendas na Abyara. No último trimestre do ano passado, vendeu 37 unidades, num total de 15 milhões de reais. Abocanhou uma comissão de 210 000 reais e ainda ganhou um apartamento no valor de 100 000 reais da empresa como prêmio. "Vendia em consultórios médicos, barzinhos e até no Orkut", conta o advogado que virou corretor. Jornalista formada pela PUC, a corretora on-line da Tecnisa (sim, eles invadiram a internet) Claudete Rodrigues não quer outra vida. Uma das primeiras a negociar imóveis na web, ela vendia, antes do boom, um apartamento por mês. Hoje, vende três. "Tenho clientes inclusive no exterior", afirma.
Os corretores não são os únicos a laçar compradores para os estandes e apartamentos decorados. Com a expansão da construção, surgiram empresas especialistas nessa tarefa, como a Máxima Promoção e Eventos.
O trabalho delas é lotar os plantões de mordomias, entre as quais degustação de vinhos, massagens e shows, para prender o interessado o maior tempo possível por lá. A empresa da ex-corretora da Lopes Rosane Assis e da promotora de eventos Márcia Bacci foi aberta em 2005, num quartinho, em casa. Deu tão certo que neste mês elas devem se mudar com uma equipe de trinta funcionários para um prédio de 500 metros quadrados em Moema. No início, tinham dois clientes. Agora atendem a trinta incorporadoras e organizam mensalmente oitenta eventos – que vão de entrega de fôlderes de lançamentos em lojas a shows de 700 000 reais de Zeca Pagodinho. "Em dois anos, mais que dobramos de tamanho", orgulha-se Márcia, que trocou de carro e de apartamento.

O Sinduscon estima que até 2010 perto de 100 000 empregos formais no setor da construção poderão ser criados na cidade. Tudo para atender a um déficit habitacional de cerca de 450 000 moradias. "A grande demanda por casa própria, principalmente entre a população de baixa renda, e as obras de infra-estrutura devem garantir essa efervescência até a Copa do Mundo de 2014", prevê José Roberto Bernasconi, presidente do Sindicato Nacional das Empresas de Arquitetura e Engenharia (Sinaenco). Ou seja, na São Paulo fértil de ferro, cimento e concreto, engenheiros e afins devem continuar na crista da onda, surfando nesse boom imobiliário.

Vale tudo para segurar os funcionários

Aumento da quantidade e da qualidade de benefícios
A construtora Rossi, por exemplo, paga, desde o ano passado, assistência médica a todos os funcionários. Também aumentou o vale-refeição de 14 para 16 reais. Agora, quem começa uma graduação ou pós-graduação recebe ajuda de custo de 20% a 50% do valor do curso.

Bônus e programas de remuneração variável de acordo com o cumprimento de metas
Na Tecnisa, os salários de office-boy a presidente podem aumentar em até doze vezes quando os resultados e o faturamento determinados pelos acionistas são atingidos. Algumas construtoras pagam ainda bônus aos profissionais de incorporação que conseguem encontrar e negociar bons terrenos para os empreendimentos.

Stock Options, ou algemas de ouro
Que tal colocar as mãos numa bolada de dinheiro ao completar três anos no emprego? Essa oportunidade está ao alcance de um número crescente de funcionários de construtoras de capital aberto graças à difusão das stock options. Trata-se de um sistema que concede aos empregados o direito de comprar ações da companhia a preços abaixo dos de mercado e de vendê-las com lucro tempos depois. Não à toa, elas são conhecidas no universo corporativo como "algemas de ouro". É um engenhoso trunfo dos departamentos de recursos humanos para aumentar a satisfação dos bons profissionais e segurá-los na casa. Os resultados têm sido tão positivos, para ambos os lados, que o benefício deixou de ser exclusividade dos altos executivos e está se espalhando rapidamente por todos os níveis hierárquicos. Na Cyrela, tanto a copeira quanto o presidente têm direito ao programa.

Fonte: Revista Veja

O difícil futuro do PAC
A esta altura já está claro que o governo deverá enfrentar um grande desafio para manter o ritmo inicialmente previsto para o PAC. Esta situação não deixa de ser frustrante, frente à enorme expectativa gerada no lançamento do programa que previa um investimento total (público e privado) em infra-estrutura da ordem de R$ 504 bilhões, dos quais R$ 67,8 bilhões a serem incluídos no Orçamento Geral da União (OGU) para o período 2007-10. Além do mais, o PAC veio com a ambiciosa promessa de compatibilizar a sustentabilidade do regime fiscal brasileiro com o rápido aumento do investimento público, cujo crescimento vinha sendo contido pela necessidade de cumprir as metas de superávit primário essenciais para a estabilidade macroeconômica.

O fato é que apesar das condições favoráveis de 2007, o PAC ficou aquém da performance esperada. É o que os números mostram: de uma dotação orçamentária autorizada de R$ 16,5 bilhões, apenas R$ 4,5 bilhões das despesas foram efetivamente concluídas e pagas, sendo inscritos em "restos a pagar" (recursos orçamentários reservados para a execução das obras no futuro) cerca de R$ 11,5 bilhões. Obras importantes na área do saneamento, estradas, barragens e terminais fluviais ainda não foram iniciadas, provavelmente por dificuldades com licitações, licenciamento ambiental, marco regulatório etc. Mesmo considerando este conjunto de fatores que limitam o grau de eficiência do setor público, uma realização inferior a 30% dos investimentos públicos que envolvem recursos do OGU mostra que o programa vem decolando lentamente.

Em 2008, as dificuldades devem aumentar em decorrência da necessidade de um corte de despesas de R$ 20 bilhões para compensar, junto com o aumento da CSLL e do IOF, parte da perda de receita da CPMF. A princípio parece fácil cortar R$ 20 bilhões de um orçamento de cerca de R$ 650 bilhões. O fato é que aproximadamente 89% dos gastos previstos são obrigatórios, ou seja, vinculados a dispositivos legais. Sobram, na prática, cerca de R$ 73 bilhões de gastos de custeio e investimentos que são passíveis de corte (gastos discricionários). Considerando que R$ 20 bilhões representam quase 30% do total das despesas discricionárias, é visível a dificuldade de um corte desta magnitude no orçamento de 2008. Isto leva a crer que, para se manter a meta do superávit primário em 3,8% do PIB, parte significativa do esforço fiscal vá recair sobre o investimento, por ser entre os gastos discricionários os mais fáceis de serem cortados.

Neste contexto, a provável estratégia do governo para evitar a desaceleração brusca das obras públicas previstas no PAC é utilizar os "restos a pagar" de 2007. Isto se evidencia pelo alto valor empenhado do PAC, em dezembro de 2007, que atingiu uma marca superior a 35% do total autorizado para 2007. Com este artifício, o PAC, embora eventualmente cortado no orçamento de 2008, poderá, através dos "restos a pagar" de 2007, dispor de dotação orçamentária suficiente para manter a implementação do programa. Sob este prisma, a utilização dos "restos a pagar" enfraquece, assim, a restrição orçamentária para a realização dos investimentos públicos previstos no OGU, evitando uma desaceleração brusca do programa.

É um equívoco, no entanto, achar que, ao utilizar o artifício dos "restos a pagar", o governo equaciona as dificuldades do PAC para 2008. O problema começa mas não termina na questão orçamentária. A utilização de "restos a pagar" de 2007, embora permita flexibilizar a execução orçamentária, impacta o superávit primário, que é calculado pelo critério caixa. Sendo assim, o andamento do PAC em 2008 estará inevitavelmente condicionado à disponibilidade de recursos financeiros para a execução das obras independentemente se inscritas em "restos a pagar" de 2007 ou se preservadas no orçamento de 2008. O andamento do PAC dependerá , assim, do controle a "boca do caixa" pelo Tesouro. Por esta lógica fiscal, o Tesouro Nacional assume o poder de arbitragem na administração do caixa através de um rígido controle na liberação dos recursos financeiros. Frente à provável escassez de recursos financeiros associada à perda da CPMF, o PAC deverá competir com outros gastos correntes que são geralmente priorizados em relação aos investimentos.

Assim, o mais provável é que o PAC continue andando em ritmo lento, determinado pelo controle dos recursos financeiros pelo Tesouro que, muito provavelmente, terá como prioridade o cumprimento da meta de superávit primário de 3,8%. Sendo assim, o futuro do investimento público no Brasil continuará entre a cruz e a espada. Por um lado, estará na dependência do pouco provável aumento na arrecadação previsto pela Comissão Mista de Orçamento do Congresso Nacional (CMO) para flexibilizar a administração do caixa pelo Tesouro e, por outro, pela necessidade de cumprir as metas fiscais previstas para 2008, sem artifícios contábeis, tais como a exclusão de 0,5% dos investimentos do PPI do cálculo do superávit primário e o aumento do superávit primário das estatais para compensar uma igual redução do superávit primário do orçamento fiscal e de seguridade social, como proposto pela CMO, preocupada em preservar as emendas dos parlamentares.

Fonte: Valor Econômico

Flexibilidade "maquia" falta de espaço, diz pesquisador da USP
FSP, Pág Imóveis

Estudo diz que 4- quartos perderam 30 m2 em dez anos.
A eliminação de paredes e a integração de cômodos são uma "maquiagem" para disfarçar a falta de espaço dos apartamentos. A afirmação é do pesquisador do Nomads (Núcleo de Estudos de Habitares Interativos) da Universidade de São Paulo Fábio Queiroz, 30.
Para ele, que analisa plantas de imóveis lançados em São Paulo há três anos, cômodos que podem ser integrados a outros costumam ser uma reserva de metros quadrados.

Ele exemplifica com uma opção corriqueira: três quartos ou dois com sala ampliada? "Esse dormitório extra é geralmente minúsculo, tem 6 m2 e não funcionaria como um quarto. É um estoque de metragem", diz.
Os três-quartos têm, em média, entre 60 m2 e 70 m2, de acordo com levantamento do Nomads. Essas medidas não se alteraram nos últimos dez anos, ao contrário do que ocorreu com os quatro-dormitórios, que perderam aproximadamente 30 m2.
Hoje, há quatro-dormitórios de 100 m2, para um público de menor poder aquisitivo que deseja o quarto extra ou o status do segmento, segundo Queiroz.
"As plantas estão compartimentadas em cômodos cada vez menores. Salas e quartos costumam apresentar dimensões semelhantes às dos mesmos cômodos de apartamentos menores e mais baratos, de dois e de três dormitórios."

As áreas molhadas são as mais enxutas dos imóveis, o que vai na contramão de desejos e hábitos dos moradores.
As dimensões dos banheiros geralmente são as mesmas em todas as plantas -sejam elas de um ou de quatro dormitórios.
"Os banheiros têm diminuído nos últimos dez anos, ao mesmo tempo em que foram entendidos como lugar de relaxamento, e não apenas de higiene", diz o pesquisador.

Banheiros e cozinhas têm outro problema: janelas pequenas ou inexistentes. Muitas cozinhas dependem da ventilação e da luz natural da lavanderia. E, segundo pesquisas do Nomads, uma janela ampla com vista bonita é sonho de consumo até no banheiro. (DF)